sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Um dia volto

Perdi minha inspiração, e não foi por opção.
Nada de sonhos, nem de imaginações. Nada de idealizar, sorrir sem sentido. Não, não dá mais.
Um dia volto - quem sabe - com um ideal melhor, com um alvo melhor, ou eu sendo melhor.
Espero acordar, pra realidade. E assim voltar, com ela habitando em mim.
Nada de viver de ilusões que não existem, nem de amores imaginários. Chega uma hora que algo em você pede menos. Chega uma hora que sua imaginação falha. Ela quer relatar verdades, relatar amores ardentes, quentes, como eu e você, amor que não existe..
Chega de suposições. Chega de desejos. Eu quero é verdade! Eu quero a realidade!
Realidade inventada e bordada por mim!
Quero ser real!

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Escolha

- Devíamos ter mais opções de escolha.
- Como assim?
- Escolher de quem gostar, por exemplo...
- Isso não dá.
- E se desse, o que você faria?
- Ainda assim escolheria você.

domingo, 17 de outubro de 2010

Idealizando

Eu quero idealizar voce em mim, de uma forma mentirosa, jamais possivel de acontecer. Mas me deixa pensar, desejar e te querer mais e mais. Deixa eu ser amor e ser pra ti o desejo, o pudor, o sexo, nu. Deixa eu ver em voce tudo que posso querer, e sendo pra mim a loucura de algo que nao virá. Nao sendo e desejando, e te querendo, idealizando, vivendo, morrendo de ilusão. Deixa eu te querer como se nao houvesse amanhã, como se meu corpo jamais fosse gasto. Deixa eu te dar minha inocência, meu pior medo, meus carinhos e choros. Deixa? Deixa eu te idealizar em mim, sofrendo, gemendo, pedindo por mais.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Entre luzes e tons

Sabe aquele olhar de menina travessa que adora roubar seu brinquedo e ainda ameaçar contar a sua mãe, fingindo coisas que na verdade não existem? Ela tinha esse olhar. Olhar de quem não procurava dizer muitas coisas embora dissesse tudo com um simples cruzar. E com seus olhos buscava enxergar tudo que seu medo tinha a oferecer, e captava as luzes da cidade de forma atenta, como quem não quisesse deixar escurecer nada por dentro, sempre abastecendo seu depósito de luzes. Elas brancas, rosas, amarelas, estilo violeta e azuladas, tantas cores que perco a noção de tantos tons. Por falar em tons, ela tinha um tom meio branco voltado ao pastel, banhado com luzes do sol - como fosse de se estranhar fazer parte dela essas tais luzes. E uma calma que se escondia num fundo jamais visto, sequer habitado, até porque ela jamais deixara alguém se aproximar de algo mais profundo que a claridade das luzes de seus olhos. Em meio a eles, ela buscava confundir a todos que buscavam uma simples explicação. Ela tinha receio de ser desvendada, e embora dissesse que não, seu intimido sabia que era verdade. Todo seu ar de autoridade e dominação era um meio de não se entregar. Se entregar as luzes de outros olhos que não eram os seus refletidos nos espelhos, mas refletidos em outros olhares. E buscava em meio a todos eles, o brilho que mais se destacava, pra que assim, um dia se firmasse, com toda sua autoridade e ar de criança levada.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Ladrões de almas

Era amor de fato, não porque eu buscava explicação algumas vezes, até porque se buscasse eu não as acharia, mas porque eu sentia e não era algo comum como ''paixonites agudas'' de adolescentes de catorze ou quinze anos. Era algo que habitava em mim e que me pedia para abrir as portas para que respirasse livremente. Era brando, tranqüilo e gentil. Era forte, tão forte que às vezes eu pensava não conseguir guardar tanto sentimento por dentro. Perturbava-me todas as noites, e dias e tardes, e durante as primaveras, outonos, durante os ventos, os frios, durante o sol forte que queimava nossas peles enquanto jurávamos sentimentos eternos e impossíveis. Mas acreditávamos e talvez fosse isso que nos mantinha em pé, firmes. Não por comentários, até porque poucos sabiam do que de fato acontecia ali. Acho que apenas nós sabíamos, ou melhor, sentíamos. Vibravam êxtase que perambulava a mente e caia para o peito, e aproveitavam todo axé para pedir ao outro pra não sair do lado, pra chorar e sorrir de amor, e além do mais pra permanecer, pois se precisavam de tal forma. Forma desconhecida, intensa e estranha. Até impossível, mas se desejavam. E amavam, intensamente. Perdidamente. Sem pudores, sem malícias. Desejavam-se apenas as almas. Só.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Gêmeos

O Sábio. Inteligente e engenhoso. Parece estar sempre de saída, muito discreto. Vivo, enérgico e observador. Geminianos sempre vêm ao mundo acompanhados de alguma(s) habilidades(s) ou talento(s) e sabe fazer bom uso deles / delas. Adaptável, mas com necessidade de se expressar. Argumentativo e franco. Gosta de mudança. Versátil. Ocupado, mas às vezes nervoso e tenso. Odeia longas conversas e não tolera traições, nem mentiras. Dotados de grande simpatia pessoal e poderosa aura magnética, têm o dom de atrair amizades e centralizar as atenções onde quer que se encontrem. São vibrantes e positivos e exercem favorável influência sobre aqueles que os rodeiam, quer por sua irradiação pessoal, quer por sua palavra eloquente e persuasiva. Têm um sistema nervoso muito delicado e devem evitar as grandes preocupações. Pode parecer superficial ou incoerente. Mas, só é sujeito a mudança. Padrão físico e mental muito atraentes. Físico agradável e forte e aura simpática. Proporciona estatura elevada, corpo esbelto e mãos longas e bem-feitas. A estatura poderá variar segundo as influências planetárias do momento do nascimento, mas em traços gerais, a conformação física dos geminianos será a mesma; rosto delicado e mais comprido do que largo; mãos longas; braços e pernas compridos em relação ao tronco e, como característica geral presente nos nativos de Gêmeos, olhos extraordinariamente brilhantes, dotados de grande mobilidade e espelhando sempre uma constante inquietude. Apesar da grande força, não a usa com freqüência.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Quando os erros são demais vire a pagina

''Se sou fraco e pecador
Bem mais forte é o meu senhor
Que me cura por amor.''

''Eu não sei se você se recorda do seu primeiro caderno
Eu me recordo do meu
Com ele eu aprendi muita coisa
Foi nele que descobri que a experiência dos erros,
Ela é tão importante quanto à experiência dos acertos

Por que vistos de um jeito certo, os erros, eles nos preparam para nossas vitórias e conquistas futuras.
Por que não há aprendizado na vida que não passe pela experiência dos erros

Caderno é uma metáfora da vida, quando erros cometidos eram demais eu me recordo que nossa professora nos sugeria que a gente virasse a pagina
Era um jeito interessante de descobrir a graça que há nos recomeços
Ao virar a pagina os erros cometidos deixavam de nos incomodar e a partir deles a gente seguia um pouco mais crescido

O caderno nos ensina que erros não precisam ser fontes de castigos
Erros podem ser fontes de virtudes
Na vida é a mesma coisa
O erro tem que esta a serviço do aprendizado
Nenhum tem que ser fonte de culpas, de vergonhas.
Nenhum ser humano pode ser verdadeiramente grande sem que seja capaz de reconhecer os erros que cometeu na vida

Uma coisa é a gente se arrepender do que fez
Outra coisa é a gente se sentir culpado
Culpas nos paralisam, arrependimentos não.
Eles nos lançam pra frente, nos ajuda a corrigir os erros cometidos.

Deus é semelhante a um caderno
Eles nos permite os erros pra que a gente aprenda pra fazer do jeito certo
Você tem errado muito? Não importa aceite de Deus esta nova pagina de vida que tem nome de hoje
Recorde-se das lições do seu primeiro caderno
Quando os erros são demais vire a pagina.''

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Pedaços de madeira

Talvez se eu escrevesse e colocasse no papel o que pensava e sentia, talvez a dor amenizasse, talvez ela até passasse. Talvez fosse ilusão isso, ou não. Eu nao sei bem o que deveria escrever, nem o que sinto ao certo pra jogar aqui, apenas escrevo, linhas e mais linhas sem sentido, sobre a minha vida que nao faz mais diferença. Talvez fosse isso, escrever coisas sem sentido ocupando linhas e mais linhas desse papel, e assim, talvez eu ocupasse os pedaços rasgados, dilacerados que resta disso que nao sei se devo chamar mais de coração. Talvez fosse necessário preencher os espaços vagos, do tempo que deixei aberto a voce e voce deixara vago, ja que nao queria mais ocupá-lo, mas nao importa mais, a gente tem se perdido, e sabemos disso, o engraçado é que nao fazemos nada para mudar, voce continua sua vidinha de merda fazendo as mesmas coisas todo santo dia e fazendo de conta que é feliz, e eu continuo seguindo ao teu lado essa vidinha de merda, tornando a minha uma merda também, embora nao pensasse sempre dessa forma, porque o tempo nao me fez ver com tanta precisão as linhas dessa vidinha de merda, minha e sua. A minha vidinha de merda era bastante diferente antes de juntá-la a sua, se tornando uma merdinha ao quadrado, e piorando nossas situações, porque eu me iludia achando que era feliz e você talvez fosse, ou talvez só estivesse ocupando espaço vago na casa e no coração, e talvez eu apenas tivesse te acolhido nessa casa pra ela nao ficar tao pura, apenas pra isso, ocupar espaço, mas sabendo que se achasse um móvel melhor e mais duradouro, com mais valor, nao pensaria duas vezes antes de trocar, ou pensaria .. pensaria que por tanto tempo aquele móvel esteve ali e serviu de tantas coisas, o principal que era ocupar espaço e nao deixa a casa tao vazia e fria. Mas talvez o móvel tivesse chegado a um ponto que estava tao calejado, tao desgastado por conta dos ventos e poeiras acumuladas nele, mas limpas de vez em quando, quando lembravam que ali estava e que ele precisava de umas arejadas, vezenquando assim. Talvez ela quisesse ver qual seria o fim daquele móvel, mas talvez ela nao tivesse parado pra pensar que o móvel tinha obrigação de terminar seus dias ali, poderia acabar como acento para pés numa casa estranha onde ninguem soubesse seu devido valor.. mas ela nao deixaria que ele fosse tao maltratado assim, embora permitisse que poeiras se acumulassem nele, volta e meia ela passava seus dedos pra ir tirando aquele pó acumulado que impreguinava em seu nariz e roupas, e dedos, era quando ela lembrava de limpá-lo, e ela limpava, cuidava, mas o móvel nao sentia e nem sentiria, porque ele nao tinha sentimentos, ele apenas ficava estático onde o colocavam, ou se desgastava com o tempo pedindo pra que seu fim fosse mais rápido, ou permanecia o mais firme possivel pra que nao precisasse ser trocado por outro, mas seria.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Basto-me

Foi quando ela resolveu abrir o portão e sair, com ar de vitória e gosto de solidão na boca.
- Você não pode ir embora.
- O que não posso é continuar aqui.
- Mas você não que ir.
- Independente, minhas vindas aqui são apenas refúgios, e isso machuca.
- Eu te machuco?
- A culpa não é tua, eu que permito.
- Então fica, eu cuido de você.
- Não, não cuida. Tenho que aprender a ser só, a me amar só.
- Podemos fazer isso juntos.
- Não podemos, sabes disso. Portanto, pare de insistir em algo que você na verdade não quer! Isso não é mais uma dessas lutas rotineiras com meninas bobinhas e novas que você costuma guerrear. Isso aqui se trata de corações, e quando se trata disso, não serão palavras doces que acabarão com uma dor.
(Silêncio)
- Tens razão. Não saberia cuidar de você.
- Não importa, ficarei bem.
- Se eu descobrir que posso cuidar de você, posso te procurar?
- Faça o que achar melhor, só espero que não seja tarde demais. Até sua procura, posso me bastar!
- Não será.
- Não importa mais.
E continuou seu rumo olhando sempre em frente, e descobriu que podia ser só, sem dor. E amou, tantas vezes a ela mesma.

Palavras para uma amizade terna

Vezenquando bate uma vontade de dizer-te que sempre estarei aqui, custe o que custar. É que teu tamanho não influencia na minha vontade de cuidar-te, embora na linha da razão tu que deverias cuidar de mim, se bem que cuidando de ti, acabo cuidando de mim e você nem percebe - talvez sejas melhor assim. É que teu íntimo clama por palavras e gestos rotineiros mansos e tranqüilos que nem todos são capazes de dar-te, portanto sinto-me em tal obrigação. Entendes? Entendes que tudo que quero passar todas as vezes que aqui venho, ou por algum outro meio, é a forma com que preocupo-me contigo e com tais palavras, pequenas até, possam fazer algum significado em tua vida, talvez até trazer um certo ar de alegria, talvez. São desejos, estes, que não canso de demonstrar-te. E ao precisar de mim, basta estender a mão que a minha estará a sua espera.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Amor desconhecido

Preciso de você que eu tanto amo e nunca encontrei. Para continuar vivendo, preciso da parte de mim que não está em mim, mas guardada em você que eu não conheço. Tenho urgência de ti, meu amor. Para me salvar da lama movediça de mim mesmo. Para me tocar, para me tocar e no toque me salvar. Preciso ter certeza que inventar nosso encontro sempre foi pura intuição, não mera loucura. Ah, imenso amor desconhecido. Para não morrer de sede, preciso de você agora, antes destas palavras todas cairem no abismo dos jornais não lidos ou jogados sem piedade no lixo. Do sonho, do engano, da possível treva e também da luz, do jogo, do embuste: preciso de você para dizer eu te amo outra e outra vez. Como se fosse possível, como se fosse verdade, como se fosse ontem e amanhã.

domingo, 12 de setembro de 2010

Tu aceitarias

Não poderias saber nada de mais absoluto sobre ela, a não ser ela própria. Fazendo perguntas, tu ouvirias respostas. Nas respostas ela poderia mentir, dissimular, e a realidade que estava sendo, a realidade que agora era, seria quebrada. Pois, não fazendo perguntas, tu aceitarias a moça completamente. Desconhecida, ela seria mais completa que todo um inventário sobre o seu passado. Descobririas que as coisas e as pessoas só o são em totalidade quando não existem perguntas, ou quando essas perguntas não são feitas. Que a maneira mais absoluta de aceitar alguém ou alguma coisa seria justamente não falar, não perguntar - mas ver! Em silêncio.

Para sempre teu, Caio F.

Em homenagem a um dos maiores e melhores autores brasileiros, que conseguiu despertar em mim um amor pela leitura e escrita guardada no fundo.
Caio Fernando Loureiro de Abreu conseguiu aflorar em mim uma vontade e a esperança de amar, de sentir as coisas de forma mais intensa. Portanto só posso ser grata a esse homem que hoje (12) faria 62 anos.

Parabéns meu mestre e que seja doce por toda a vida as tuas palavras!

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Completos. Vazios.

Eles queriam ficar juntos, se manterem aquecidos com a expressão do outro. Eram tudo quando se tinham. E nada quando seus olhares se descruzavam por milésimos de segundos. Talvez ele fosse unico. Talvez unico fosse sua forma de amar. Ou talvez sua forma de observá-lo. De tê-lo. Talvez ela fosse tudo que ele queria. Ou tudo que ele queria fosse ela. Tudo. Ela. Eles. Completos.
Amavam-se a ponto de jamais se tocarem, se fosse um preço. Estariam disposto a qualquer circuntancia, mesmo que essa fosse permanecer intactos, apenas observando o outro seguir. Distantes. Vazios.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Como se fosse um porto

Que passasse da compreensão e dos entendimentos alheios. O que elas sentiam e tinham uma pela outra não era nada pra ser explicado, e sim sentido. Elas tinham um carinho, meio que inominável, elas se necessitavam como se apenas elas existissem. Em todos esses cinco anos que a vida tinha compartilhado, tinham descoberto coisas terríveis uma das outras, e que por serem tão terríveis elas se ligavam mais. Talvez amizade fosse isso, saber as piores coisas sobre o outro, e mesmo assim permanecer ao lado. E mesmo quando as más línguas tramavam para apunhalar a outra, ela estava lá com argumentos válidos e plausíveis para defender aquela que considerava por tanto tempo. Talvez ela precisasse daquela amizade. Não precisasse, necessitasse, como se fosse um porto, uma casinha no meio do nada, mas que a abrigasse durante pouco ou muito tempo, enquanto precisasse. Ela tinha se tornado insubstituível, e sua vontade era carregá-la no peito pro resto da vida, sem se importar com aquela carga, mas a levaria aonde fosse, perto ou longe, a levaria junto sem se queixar, durando o tempo que fosse, pouco ou muito, mas suportariam o que fosse, juntas.

Ouças

Escondes-te, menina. A vida ai fora é dura, e faz frio. Leve um casaco, e quando for à hora de voltar, me avise, por favor. Farei um esforço pra buscares onde estiver, frio ou não, eu vou. Sabes que vou, não sabe? Como? Deverias saber que por ti sou capaz de tudo. Mas não importa, menina. Escondes-te, cuidado. Não quero que se machuques, não te quero ver chorar, menina. És tão frágil e inocente. Pura também. E se por um acaso, menina, se te machucarem, me avise. Darei um jeito qualquer de cuidares de ti, te acalentando, cuidando. Darei-te todo consolo e amor e cuidado que há em mim. Mas te escondes, de precaução, não quero te ver triste, chorando como tantas outras por ai vida a fora, menina. Faz frio, leve um casaco. Ouça o que tua mãe diz. Não ignore as palavras dessa velha aqui, que a teus olhos pode parecer sem conhecimento algum, mas saibas que não estudei o tanto que devia, não ouvi as palavras daquela que já se foi, mas dessa vida a fora, sei demais. Então, menina, não faça descaso, não vire o rosto enquanto ouves estas palavras aqui. Elas te farão falta um dia, menina. Olhe para mim, preste atenção, ao menos essa vez. Vida a fora é capaz de qualquer coisa, ela não se importará com quem tu és, ela passa a todo vapor e se não se esconderes, menina, ela pode te levar, te jogando em qualquer canto, machucando tuas mãos. Entende menina, o que digo? Escondes-te, e se não deres, me avise, que te buscarei onde estiver. Por ti faço tudo, sabes disso, não sabe? Vida a fora te amadurecerá, menina, mas te machucará muito. Não posso evitar todas elas, mas não quero que se machuque demais, portanto ouça com precisão todas as palavras que esta velha te diz, e não faça cara feia, estou querendo bem a você, como sempre quis. E te cuidas, menina, e se não der, tua mãe te buscará aonde fores.

Para um amigo

Talvez ele não entendesse que talvez eu precisasse estar só. E que eu não estava distante, não em mente, apenas em corpo, talvez. Mas que seu sentimento, aquele conquistado, e tomado aqui dentro, continuava intacto, e jamais seria abalado, a não ser que ele quisesse. Mas talvez ele não entendesse essa minha linha de raciocínio, mas também as pessoas pensam de tantas formas, e talvez ele pensasse de uma forma totalmente diferente da minha. É, de fato pensava. Estava ai o motivo das nossas contraditórias conversas. Mas talvez ele não entendesse e até esquecesse as palavras antes ditas, promessas e juras, talvez por eu estar distante ele tivesse esquecido delas, mas não deveria, elas ainda vigoram. E vigoram com força. Talvez só ele não percebesse isso. Talvez ele não entendesse que a vida era mais ampla do que seus olhos podiam enxergar. Talvez ele me quisesse perto dele a todo o momento e não se conteria apenas com aquelas palavras anteriores, que se eternizam dentro da gente. Mas ele teria que saber que não existe distancia ou pessoas, ou acontecimentos da vida que mudariam algo. Não, não mudaria. A não ser que ele quisesse. Ele deveria saber que mesmo distante, eu estaria aqui. No mesmo lugar, parada, intacta. Com os mesmos sentimentos de antes, por ele e para ele.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Procuras e esperas

Não existe palavra pra descrever o que era hoje. Ou existe e seu conhecimento não tinha. Vazia. Perdida. Não, perdida talvez não. Parada. Intacta também não. Estática, melhor dizendo. Esperando algo, ou alguém, ou nada. Não se sabe. Não sei.
Caminhando alguns passos, lentamente, para não se cansar. Para não calejar os pés. O interior, que já estava calejado de procuras e esperas vãs. Procurou tanto durante tanto tempo que, ao não achar, desistiu, aparentemente. Cansou. Agora apenas esperava. Não exatamente parada, estática e boba, como quem não possui objetivo algum na vida, esperava seguindo sua vida. Esperar, seguir, palavras tão contraditórias e lado a lado.
Enfim, esperava todos os dias cruzar com algo que prendesse sua atenção por mais de 24h, inicialmente, e depois meses, anos. Esperava um olhar, um toque, um gesto, que chamasse sua atenção. Que ao cruzar a esquina, te parasse sem se importar se era a primeira vez que a via, mas que simplesmente dissesse que ela era linda, de todas as formas e que não sabia bem porque falava aquilo, mas que apenas sentiu essa necessidade, e não podia deixá-la passar despercebida. Mas que não soasse como aquelas cantadas típicas de pedreiro a procura de uma transa, mas que ele falasse principalmente com os olhos, sem receios, sem medo. Puro. Limpo. Nu. E então esperava, todos os dias.
E como já havia muito tempo nessa espera, havia se cansado, estava desistindo. Ou pelo cansaço, ou porque acreditava que, se durante todo aquele tempo ninguém havia aparecido, não apareceria nos anos seguintes.
Estava desistindo. Começava a acreditar que pessoas desse tipo, com essa descrição, não existiam. Ou o problema estava nela e ainda não tinha se dado conta. Ou talvez estivesse sendo exigente demais. Queria coisas simples, apenas. Sorrisos, abraços, olhares ao invés de tantas palavras desnecessárias, ou até algumas às vezes, para não cair na rotina dos olhos. Coisas simples, repito. Mas será que o simples era tão raro a pronto de parecer exigência? Mas não exigia nada demais, coisas simples, até porque em meio a isso tudo, procuras e esperas, não conseguiria dar muitas coisas a não ser coisas simples, tipo seus olhares. Não podia exigir algo que não correspondesse. Mas seus olhares, e toques, e gestos, seriam dele, se ele quisesse.

Enquanto ele não chegava, ela esperava. E se lamentava. Até chorava. E pedia pra morrer. Sumir. Amar o primeiro que cruzasse seu caminho. Mas isso não poderia acontecer, tinha uma habilidade enorme em despedaçar corações. Mas não queria, ela apenas não correspondia, e se lamentava, todos os dias.

Ao som de Christina Perri - Jar of Hearts.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

 Sem amor


-Eu te amo. – ela sorriu, tímida. -Você me ama?
-Não. - respondeu ele sorrindo - Todos os que amo vão embora. Eu não suportaria te ver partir.


terça-feira, 17 de agosto de 2010

E desejava, desejava

- Estou com sono.
- Então porque não dorme?
- Não quero te perder de vista.
- Não vai me perder.
- Como pode ter certeza?
- Não tenho.
(silêncio)
- Posso te pedir algo?
- Depende.
- De quê?
- Do que seja, ora!
- O que não pode ser pedido?
- Não sei.
- Então como pode dizer ‘’depende’’ se nem ao menos você sabe?
- Por isso mesmo. Por não saber.
- Mas é algo simples.
- Então fale.
- Vai falar que depende ainda?
- Vai perguntar logo ou ficar enchendo a minha paciência?
(silêncio)
E J. prendeu o choro. Como um menino que pede esmola em porta de bares, e é negado. Como se sua presença pequena e simples, fosse algo impuro e sujo. De fato. Sentiu-se pior que aquele menino. Sentiu um aperto no peito, como o estômago de uma criança que pede comida e é negada. Negada como o menino da esmola. Sujo e impuro. Não desejava nada demais. Poucas coisas, até. Pequenas. E quanto menores, mais impossíveis pareciam. Se conteve em prender o choro.
- Só ia pedir pra segurar minha mão.
- Ainda tem medo de dormir no escuro? Ora essa.. – o fitou com ar de zombaria e arrogância, sem sequer se perguntar o motivo do pedido, que mesmo parecendo besteira por ser tão simples, poderia ser realizado.
- Não.. Não tenho medo disso.
- Tem medo de quê então?
- De te perder de vista.
- Não vai.
- Como pode ter tanta certeza?
- Não tenho.
- Então porque diz que não...
- Sabe J., eu não tenho certeza de nada, e aposto que você também não, mas acho que quando desejamos algo com força ...
- Assim como eu desejo você?
Ela não se conteve e soltou um sorriso leve, de canto, simples.
- É J, é. Assim como você me deseja. Então, o que tanto queremos, pode se realizar.
- Então eu vou te ter?
- Não sei.
- Mas você não deseja?
- Deseja o quê?
- Ser minha.
- Eu não sei... Não da pra ter certeza.
- Não é pra ter certeza. É pra desejar. E não importa se você vai me desejar ou não, eu vou continuar com forças, sim, te desejando, quem sabe não se realiza?
B. sorriu de canto, sem saber o que falar. Sabia apenas que amor não podia ser unilateral. E era.
- Vamos dormir J. Essa ladainha toda me deu sono.
- Vamos. E vou sonhar com você.
- Como tem certeza? – rindo
- Não tenho. Mas quando desejamos algo com força, assim como eu desejo você, ela pode se realizar.
- Você não tem jeito mesmo.
Soltou um riso bem fraco, quase em silêncio. Estava pegando no sono. Talvez nem prestara atenção nas ultimas palavras dele. E dormiu.
- Boa noite! Sonha comigo... Quem sabe não se realiza?
Sorriu apenas, procurando não emitir som algum, e virou pro lado de B, buscando sua mao, e ao encontrar, entrelaçou seus dedos, como nós que não desatam. E desejava, desejava.

domingo, 15 de agosto de 2010

Para um amor impossível

Precisava mais que simples palavras. Poucas palavras. Precisava de palavras intensas. Significativas. Não, nao precisava. Precisava de gestos. E saber demonstrá-los. Da melhor forma possivel. Um gesto. Um abraço. Um sorriso. Mas infelizmente a distancia da carne atrapalha. E muito. Mas a alma grita forte. E supera todas as barreiras. A minha alma. A sua alma. O meu amor. O seu amor. O nosso. Nosso amor. Porque só o amor impossivel é eterno.
Queria te falar. Ou melhor, te abraçar. Ou até os dois juntos, se voce me desse um tempo a mais. Ou muito mais. Se você me desse o resto da vida. Eu te daria a minha. Eternizaria. E nao ligaria pras palavras negativas alheias. Quando se tem um nós, nosso! Entao eu me firmo. No amor! Naquele que voce me fez reacreditar.
Quando se tem a alma pura. Quando se tem o amor. Quando nao existe sequer mais alma. Apenas amor. É quando conseguimos mover montanhas. Eu moveria. Por você, sim! Montanhas. Céu. Terra. E toda água do mundo. Por você, sim! Porque você é amor! E eu acredito nesse amor. Com toda força que existe em mim. Aquela que conheço e desconheço. Porque nao precisei e nem preciso olhar em teus olhos pra ter essa certeza. Quando existe amor entre duas pessoas, um alma trata de ligar-se a outra. Ou melhor, quando nao existe mais alma. Apenas amor. Você é amor!
Minha vontade nesse momento era te dar um abraço forte. E nao presentear-lhe com algum objeto de valor. Mas te oferecer toda paz que existe em mim. Me doar a você. Embalar teus sonos. E te acordar todas as manhãs com um beijo no rosto. Queria te dar todo amor que habita em mim. E nao seria menos merecido. Já que foi voce, quem me fez reacreditar nele, e ter a certeza de que tambem sou amor, acima de qualquer coisa. Foi você. Sou amor com você! Pra você. Porque voce é amor!
Me diga se existe coisa mais linda que essa? Aos meus olhos nao.
Você é amor! Você é o sentimento mais puro, bondoso, sincero e intenso que existe. Você é amor! O meu!
Ofereço-lhe, neste dia, estas palavras. Já que aí ao seu lado nao posso estar. Mas sinta-se coberta de amor e paz. Sinta-se amada, sempre. Porque eu, aqui de longe, te amo muito!
Obrigada por existir! Agradeço a Deus todos os dias por ter colocado esse Amor em minha vida. Você é a peça fundamental do meu quebra-cabeça chamado vida!
Será sempre amor!