quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Como se fosse um porto

Que passasse da compreensão e dos entendimentos alheios. O que elas sentiam e tinham uma pela outra não era nada pra ser explicado, e sim sentido. Elas tinham um carinho, meio que inominável, elas se necessitavam como se apenas elas existissem. Em todos esses cinco anos que a vida tinha compartilhado, tinham descoberto coisas terríveis uma das outras, e que por serem tão terríveis elas se ligavam mais. Talvez amizade fosse isso, saber as piores coisas sobre o outro, e mesmo assim permanecer ao lado. E mesmo quando as más línguas tramavam para apunhalar a outra, ela estava lá com argumentos válidos e plausíveis para defender aquela que considerava por tanto tempo. Talvez ela precisasse daquela amizade. Não precisasse, necessitasse, como se fosse um porto, uma casinha no meio do nada, mas que a abrigasse durante pouco ou muito tempo, enquanto precisasse. Ela tinha se tornado insubstituível, e sua vontade era carregá-la no peito pro resto da vida, sem se importar com aquela carga, mas a levaria aonde fosse, perto ou longe, a levaria junto sem se queixar, durando o tempo que fosse, pouco ou muito, mas suportariam o que fosse, juntas.

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