quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Ladrões de almas

Era amor de fato, não porque eu buscava explicação algumas vezes, até porque se buscasse eu não as acharia, mas porque eu sentia e não era algo comum como ''paixonites agudas'' de adolescentes de catorze ou quinze anos. Era algo que habitava em mim e que me pedia para abrir as portas para que respirasse livremente. Era brando, tranqüilo e gentil. Era forte, tão forte que às vezes eu pensava não conseguir guardar tanto sentimento por dentro. Perturbava-me todas as noites, e dias e tardes, e durante as primaveras, outonos, durante os ventos, os frios, durante o sol forte que queimava nossas peles enquanto jurávamos sentimentos eternos e impossíveis. Mas acreditávamos e talvez fosse isso que nos mantinha em pé, firmes. Não por comentários, até porque poucos sabiam do que de fato acontecia ali. Acho que apenas nós sabíamos, ou melhor, sentíamos. Vibravam êxtase que perambulava a mente e caia para o peito, e aproveitavam todo axé para pedir ao outro pra não sair do lado, pra chorar e sorrir de amor, e além do mais pra permanecer, pois se precisavam de tal forma. Forma desconhecida, intensa e estranha. Até impossível, mas se desejavam. E amavam, intensamente. Perdidamente. Sem pudores, sem malícias. Desejavam-se apenas as almas. Só.

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