sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Basto-me

Foi quando ela resolveu abrir o portão e sair, com ar de vitória e gosto de solidão na boca.
- Você não pode ir embora.
- O que não posso é continuar aqui.
- Mas você não que ir.
- Independente, minhas vindas aqui são apenas refúgios, e isso machuca.
- Eu te machuco?
- A culpa não é tua, eu que permito.
- Então fica, eu cuido de você.
- Não, não cuida. Tenho que aprender a ser só, a me amar só.
- Podemos fazer isso juntos.
- Não podemos, sabes disso. Portanto, pare de insistir em algo que você na verdade não quer! Isso não é mais uma dessas lutas rotineiras com meninas bobinhas e novas que você costuma guerrear. Isso aqui se trata de corações, e quando se trata disso, não serão palavras doces que acabarão com uma dor.
(Silêncio)
- Tens razão. Não saberia cuidar de você.
- Não importa, ficarei bem.
- Se eu descobrir que posso cuidar de você, posso te procurar?
- Faça o que achar melhor, só espero que não seja tarde demais. Até sua procura, posso me bastar!
- Não será.
- Não importa mais.
E continuou seu rumo olhando sempre em frente, e descobriu que podia ser só, sem dor. E amou, tantas vezes a ela mesma.

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