terça-feira, 6 de abril de 2010

Importuno senhor

Palavras surgem atordoadas como seu pensamento
Seu sexo exige sua calma
E sua alma exige seu amor.
Martirizando seu som
Sem entender por quais motivos seu sono não chega
Sem entender porque teu homem não vem.
Navalhas que lhe cortam o rosto
Anunciando a chegada do teu assassino
Assassino de almas
Assassino de amor.
O calor que queima
O pouco do cheiro que te resta
O que te resta da tua amada, guarda!
O sangue esquenta e ferve,
Implorando teu líquido,
Tateando teus pés e mãos calejadas
Massageando teus ombros,
Sentindo o cansaço de uma vida inteira.
Pobre menina,
As manhãs lhe atordoam
Sem haver sentido pra todo aquele brilho,
O que lhe conforta é o calor.
Nem que o tormento puro existisse
Sua voz se acalmaria apenas com a morte.
Trás aos lábios o gosto do açúcar com um toque de sal.
Importuno senhor,
Trás de volta aquela que visita meus sonhos
Onde me perco nas noites mais calorosas e sombrias
Trás de volta o cheiro
O suor que exala do teu corpo
Que exala daquela pele, tão macia
E permita que ela durma
Seu sono profundo
E não acorde, jamais
Voltando ao tormento dos sonhos
Sem poder a abraçar.

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